O apagão de ontem (28), foi o
terceiro no Nordeste apenas nos últimos 12 meses. As justificativas
governamentais são tão imprecisas quanto “erro humano” ou “queimada”.
Uma vez algo imprevisível pode ocorrer, mas três vezes, e em tão pouco
tempo é no mínimo estranho. Temos uma rede elétrica tão exposta assim às
intempéries?
Disponibilidade de energia é um dos
principais fatores para o crescimento econômico de um país e essa
importância fulcral dispensa explicação. E o que estamos fazendo para
isso? Segundo o Sistema Interligado Nacional (SIN) e a Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), nos últimos 12 anos o Brasil aumentou a
capacidade instalada da matriz energética em 4 mil MW, em média por ano.
Pode parecer muito, mas é pouco.
Segundo esses mesmos órgãos,
para que o Brasil possa crescer na casa dos 4% (o que não seria algo tão
extraordinário assim) precisamos aumentar esse número para 6 mil MW por
ano, em média, até 2021. Ou seja, precisamos incrementar em 50% nosso
crescimento, isso não é fácil. (Todo esse aumento faz-se necessário até
para uma população que consome, em média, pouquíssima energia, como a
brasileira. Para efeito de análise, segundo Carlos Portela da UFRJ, o
consumo médio do brasileiro em 2005 era o mesmo de um americano em
1943!)