Armas são realmente perigosas? Qual a chance do seu filho ser vítima de um acidente fatal? Pode o número de acidentes com armas ser motivo para o desarmamento da sociedade?
Quem se presta a discutir seriamente um assunto deve estar pronto para fazer as perguntas certas e aceitar suas respostas, mesmo que contrárias àquilo em que se acredita. Se isso não ocorre, estamos tratando com alguém desonesto ou um simples doutrinador.
Nos últimos meses, estamos acompanhando a “nova” campanha de desarmamento promovida pelo Ministério da Justiça, financiada com o dinheiro dos contribuintes. Desde a primeira investida em campanhas dessa natureza, o discurso utilizado para justificá-la e tentar convencer a população já foi modificado inúmeras vezes, passando pela impossibilidade de se diminuir a criminalidade, o acesso dos criminosos às armas, a redução do número de suicídios e dos chamados “homicídios de momento”, dentre outros. Nenhum destes argumentos surtiu efeito e, ao se comprovar sistematicamente sua ineficácia, desmascarando-os, simplesmente foram sendo substituídos pelos verdadeiros camaleões do desarmamento.
A argumentação mais atual, também inteiramente insípida, adotada neste momento é a de que a arma é um instrumento capaz de causar acidentes terríveis, principalmente envolvendo crianças. Uma forma clara de semear o medo junto aos pais e mães.
Claro que qualquer criança vítima de um acidente fatal é algo chocante, mas qual é realmente o risco de que algo assim aconteça? Quantos casos ocorrem no Brasil? Política de Segurança Pública Nacional não pode ser gerida por impressões ou pela famosa “opinião publicada”.
Vamos aos fatos. Para se estabelecer o universo dos dados, é necessário deixar claro que são considerados, para efeito de registro, os acidentes com crianças até os 14 anos assim declarados como tal.
Pois bem. De logo, tem-se que boa parte dos disparos que geram tais ocorrências não são realmente acidentais, e sim fruto de homicídios intencionais nos quais o autor (criança ou adolescente) e seus pais tentam escapar da Lei, valendo-se da tese acidentária como subterfúgio de defesa. Isso já bem impacta as reais estatísticas que os adeptos da propagação do medo insistem em não admitir.
O segundo aspecto é que, de fato, acidentes acontecem. Porém, isso em números extremamente baixos, que nem mesmo aparecem nas estatísticas sérias sobre o assunto.
Veja-se o quadro abaixo:
Fonte: Datasus/Ministério da Saúde/2008 - Brasil
O economista Steven D. Levitt, em seu livro Freaknomics, publicado no Brasil pela editora Campus, dedica todo um capítulo para desfazer os mitos criados em torno da segurança envolvendo crianças. Na página 153, o autor é categórico ao afirmar que “’inofensivas’ piscinas são 100 vezes mais mortais que as “perigosas” armas de fogo”:
“Ninguém mais suscetível ao terrorismo de um “especialista” do que um pai ou uma mãe….
O
problema é que eles costumam temer as coisas erradas. Não lhes cabe
culpa por isso. Distinguir fatos e boatos é sempre difícil,
principalmente para um pai (ou mãe) ocupado. E o burburinho causado por
“especialistas” é tão acachapante que eles quase não conseguem pensar
por si mesmos….
Consideremos os pais de uma menina de oito anos chamada – digamos – Molly. Suas duas melhores amigas, Amy e Imani, moram na vizinhança. Os pais de Molly sabem que os pais de Amy têm uma arma em casa e por isso proibiram Molly de brincar lá. Por essa razão, Molly passa um bom tempo na casa de Imani, onde existe uma piscina na parte dos fundos. Os pais de Molly estão satisfeitos por terem feito uma escolha inteligente visando à segurança da filha.
Segundo os dados, contudo, essa escolha nada tem de inteligente. Todos os anos há um afogamento infantil para cada 11 mil piscinas residenciais nos Estados Unidos (num país com 6 milhões de piscinas, isso representa aproximadamente 550 crianças de menos de dez anos afogadas anualmente). Enquanto isso , a possibilidade de morte infantil por arma de fogo é de uma para cada 1 milhão de armas (num país com um número estimado de 200 milhões de armas, isso significa que 175 mortes de crianças são causadas anualmente por armas de fogo). A probabilidade de morte por afogamento em uma piscina (1 em 11 mil) contra morte por armas de fogo (1 em 1 milhão) nem sequer é digna de comparação: Molly tem aproximadamente 100 vezes mais possibilidade de morrer afogada na casa de Imani do que brincando com a arma dos pais de Amy." (grifo nosso)
Consideremos os pais de uma menina de oito anos chamada – digamos – Molly. Suas duas melhores amigas, Amy e Imani, moram na vizinhança. Os pais de Molly sabem que os pais de Amy têm uma arma em casa e por isso proibiram Molly de brincar lá. Por essa razão, Molly passa um bom tempo na casa de Imani, onde existe uma piscina na parte dos fundos. Os pais de Molly estão satisfeitos por terem feito uma escolha inteligente visando à segurança da filha.
Segundo os dados, contudo, essa escolha nada tem de inteligente. Todos os anos há um afogamento infantil para cada 11 mil piscinas residenciais nos Estados Unidos (num país com 6 milhões de piscinas, isso representa aproximadamente 550 crianças de menos de dez anos afogadas anualmente). Enquanto isso , a possibilidade de morte infantil por arma de fogo é de uma para cada 1 milhão de armas (num país com um número estimado de 200 milhões de armas, isso significa que 175 mortes de crianças são causadas anualmente por armas de fogo). A probabilidade de morte por afogamento em uma piscina (1 em 11 mil) contra morte por armas de fogo (1 em 1 milhão) nem sequer é digna de comparação: Molly tem aproximadamente 100 vezes mais possibilidade de morrer afogada na casa de Imani do que brincando com a arma dos pais de Amy." (grifo nosso)
Todo e qualquer acidente pode ser evitado ou, pelo menos, ter seu risco muito minimizado. Possuir legalmente uma arma de fogo é um direito garantido em Lei - embora cada dia menos respeitado pelo governo. As armas, legais ou ilegais, sempre fizeram e continuarão a fazer parte da sociedade, isso é fato, e assim, dentro desta realidade de mundo e fugindo da utopia maléfica do desarmamento, urge que se faça, sim, uma campanha, porém, de posse responsável de armas de fogo, instruindo pais e responsáveis sobre como evitar acidentes.
Acreditando nisso, o Movimento Viva Brasil, em apoio à Associação Nacional da Indústria de Arma e Munições - Aniam, estará engajado no lançamento de uma campanha neste sentido. Afinal, simplesmente proibir é ato daqueles que são incapazes de educar.